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By Ferramentas Blog

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Economia: recuperação será fraca em 2010/11

A recuperação econômica da Itália será fraca em 2010 e em 2011, anunciou hoje o Banco da Itália, que prevê um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% durante o ano em curso e de 1% para o próximo.
A previsão está no boletim econômico de janeiro do Banco da Itália, que adverte que o cenário é tomado por "fortes incertezas".
A estimativa para 2010, lê-se no boletim, "é o valor central de um amplo leque de possibilidades: com 70% de probabilidades, esse valor estaria no intervalo de mais ou menos 1%".
O Banco da Itália, no entanto, espera que a Itália tenha continuado a crescer também nos últimos meses de 2009, embora em taxas menores, após o +0,6% do terceiro trimestre.

FORÇA DE TRABALHO -
Se à população de desempregados se somar a dos que foram demitidos e os que pararam de procurar ativamente um trabalho - saindo então da contagem oficial, no segundo trimestre de 2009 a porcentagem da força de trabalho inutilizada foi "superior a 10%", segundo cálculos do Banco no seu boletim mensal, que observou que a taxa de desemprego no terceiro trimestre foi de 7,3%, contra os 6,1% da média dos três meses anteriores. Em novembro, essa taxa subiu para 8,3%.
"Somando os trabalhadores que estão na caixa (auxílio desemprego) e os desempregados, o número de gente sem trabalho, mas com potencial para voltar ao mercado produtivo, poderia chegar a 800 mil unidades, atingindo cerca de 2,6 milhões".

O CONSUMO -
A dinâmica do consumo e dos investimentos privados na Itália continuou "fraca" também no último trimestre de 2009, com um poder aquisitivo vítima de "15 anos de estagnação". No boletim, o Banco da Itália ainda escreve: "O gasto líquido em bens duráveis, sustentado em boa parte pelos incentivos para trocar os veículos maiks poluentes, o consumo das famílias continua a sofrer o freio da forte redução do poder aquisitivo".
A corroer o poder de compra das famílias italianas, prossegue o Banco da Itália, é a queda das rendas nominais, na presença de uma inflação "muito contida". Uma flexão - aquela da renda real dos italianos - que "agrava a estagnação dos últimos 15 anos, sem paralelo com os outros grandes países da zona do euro".

(ANSA)

Suspenso até fevereiro processo contra Berlusconi


O Tribunal de Milão suspendeu hoje até 27 de fevereiro um processo no qual o primeiro-ministro Silvio Berlusconi é acusado de corrupção de testemunha judicial, no caso, o advogado britânico David Mills.
Em outubro passado, Mills foi condenado em segunda instância a 4 anos e seis meses de prisão por corrupção em atos judiciais e falso testemunho em favor de Berlusconi e agora aguarda a sentença do Tribunal de Cassação, que pode anular ou ratificar a sentença, mas não modificá-la. A sentença está prevista para 25 de fevereiro próximo.

O processo começou com Mills e Berlusconi como co-réus, mas durante a primeira instância do julgamento, a posição de Berlusconi foi separada na aplicação de uma lei aprovada para garantir a imunidade dos quatro primeiros cargos do Estado durante o exercício de seu mandato.
A tal lei da imunidade foi declarada inconstitucional em outubro passado, o que reabriu o processo contra Berlusconi em primeira instância.

Após a retomada de hoje (15), a defesa do chefe de governo pediu ao Tribunal que recusasse a documentação acumulada durante o julgamento de Mills, mas o pedido foi negado.
Os juízes do Tribunal de Milão consideraram que a sentença da Corte de Cassação sobre Mills poderia ter impacto sobre as solicitações das provas a serem apresentadas pelas partes e, portanto, sobre as decisões do próprio Tribunal.
Os juízes também decidiram suspender o curso da prescrição até 27 de fevereiro.

 (ANSA)

Identificado primeiro corpo de uma italiana vitima do terremoto no Haiti

Gigliola Martino, de 70 anos, é a primeira italiana que teve sua morte confirmada na capital do Haiti, Porto Príncipe, devastada na terça-feira por um terremoto de 7 graus na escala Richter.

A informação foi divulgada pelo jornal on-line La Gente d'Italia, dirigido pelo cônsul honorário do Haiti na Itália, Mimmo Porpiglia. O ministério das Relações Exteriores informou que tem relatos diretos da morte da italiana e que agora faz "verificações formais", para então confirmar a notícia.

Filha de italianos e nascida em Porto Príncipe, Martino era "muito conhecida na comunidade francesa e haitiana", informou a publicação.

"Uma italiana verdadeira que continuava a falar a língua de Dante [Alighieri] e que ainda fazia o macarrão em casa", relata o jornal do cônsul haitiano, acrescentando que Martino "morreu no único hospital da capital não atingido pelo tremor".

A italiana é uma "expoente de uma das duas famílias de italianos mais importantes da ilha caribenha: os Caprio e os Martino, que estão presentes no Haiti há mais de um século".
Hoje, o ministro da Defesa da Itália, Ignazio La Russa, anunciou que um navio de seu país poderá ir ao Haiti para auxiliar no socorro às vítimas do tremor de terra.

"Tenho em mente e proporei hoje ao presidente do Conselho de Ministros, Silvio Berlusconi] a possibilidade de enviar também uma embarcação que, em uma situação do gênero, será extremamente útil. Nós estamos prontos", assegurou o ministro.

La Russa exaltou também a eficácia do socorro italiano enviado ao país caribenho. "Fomos os primeiros a viajar com uma unidade hospitalar móvel e acredito que é possível e necessário fazer mais para estarmos próximos a quem neste momento está sofrendo", enfatizou.

A Itália já enviou dois aviões ao Haiti levando, além do hospital de campanha, mantimentos e uma equipe de apoio para fazer uma avaliação da situação logística e definir a melhor forma de ajuda a ser enviada nos próximos dias.

A ONU estima que 300 mil pessoas estejam desabrigadas na capital. O presidente do Haiti, René Preval, afirmou que entre 30 mil e 50 mil pessoas teriam morrido devido ao abalo sísmico.

(ANSA)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dezenas de Italianos estão desaparecidos no Haiti, diz ministério

O chanceler da Itália, Franco Frattini, afirmou hoje que dezenas de italianos que vivem no Haiti ainda não entraram em contato com seus familiares após o terremoto de 7 graus na escala Richter que devastou a nação caribenha.

"Não temos notícias positivas, dezenas de pessoas não respondem às chamadas", informou Frattini, que está em Addis Abeba, capital da Etiópia, onde realiza um giro por países da África.
Até a manhã de hoje, o Ministério das Relações Exteriores havia entrado em contato com 80 italianos no Haiti. Há registros de que 190 cidadãos do país europeu estariam na nação caribenha.
O chefe da Unidade de Crise da Chancelaria italiana, Fabrizio Romano, explica que muitos italianos podem ter deixado o Haiti, ao passo que outros podem ter entrado no país antes do terremoto sem informar às autoridades.

Com isso, é impossível determinar com precisão quantos italianos se encontravam na nação caribenha no momento do abalo sísmico que devastou a capital Porto Príncipe.
Nesta manhã, Frattini comentou também que a equipe de ajuda humanitária enviada ao Haiti está preparada para o socorro às vítimas. "Cada um deve saber o que fazer e onde", disse. O ministro das Relações Exteriores explicou também que a ONU possui "uma forte coordenação" no Haiti.

Frattini explicou que a União Europeia (UE) "estabeleceu uma conexão constante com todos os países, inclusive a Itália". Além disso, a Unidade de Crise da Chancelaria do país europeu acompanha 24 horas por dia a situação no Haiti.

"Destinamos ajudas ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e ao Programa Alimentar Mundial. São os únicos modos para nos coordenarmos melhor. Não se pode fazer cada um por si. A coordenação europeia foi criada justamente com esse espírito", esclareceu o diplomata.

O Falcon da Aeronáutica italiana com ajuda humanitária partiu ontem do aeroporto militar de Roma, levando a bordo uma equipe de apoio que fará uma verificação das condições logísticas e de segurança no Haiti para o sucessivo envio de ajudas às populações atingidas pelo terremoto.

O avião está agora nas Ilhas Bermudas e deve aterrissar em Porto Príncipe nas próximas horas. Também deve partir hoje de Pisa um Hércules C-130 da Aeronáutica que levará mais ajuda humanitária e uma unidade hospitalar móvel.

O terremoto de terça-feira devastou a capital haitiana e fez desmoronar a sede do governo local, o prédio do Parlamento e o Palácio da Justiça. Ainda não há informações oficiais, mas o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, disse ontem que mais de 100 mil pessoas podem ter morrido.

 (ANSA)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Imigração: Clandestinos serão expulsos

Os imigrantes da cidade calabresa de Rosarno, no sul da Itália, transferidos para Centros de Recepção de Bari e Crotone, serão expulsos do país se estiverem irregularmente no país, anunciou ontem (10) o ministro italiano do Interior, Roberto Maroni.

As transferências se realizaram após três dias de confrontos entre grupos de imigrantes africanos, policiais e vizinhos de Rosarno, onde civis empunhando barras de ferro percorreram a cidade em um clima de forte tensão, atribuído ao racismo e à exploração.

Maroni, em declarações ao programa televisivo L'Intervista, do canal Sky Tg24, não descartou a possibilidade de uma pista mafiosa em relação aos atos de violência registrados desde quinta-feira (7) em Rosarno. Essa pista mafiosa foi confirmada hoje (11) por agentes policiais.

O ministro, quando perguntado sobre a possibilidade da 'Ndrangheta (a máfia calabresa) ter se infiltrado nos protestos dos imigrantes contra a exploração, respondeu afirmativamente. "É uma das pistas. As investigações estão em curso, mas acredito que as responsabilidades pelos tumultos têm muitos responsáveis", comentou.

"Há responsabilidades difusas que não iremos tolerar. Os imigrantes de Rosarno, transferidos pelas forças policiais para outros Centros de Recepção de Crotone e Bari, serão expulsos se forem clandestinos", garantiu Maroni.

"A lei deve aplicar-se, é só o que se pode fazer", enfatizou. "Nós herdamos essas situações, que são fruto da tolerância equivocada. Há responsabilidades difusas que não toleraremos mais", disse o ministro à Sky Tg24, em se referindo ao governo anterior de centro-esquerda.

Entrementes, o Departamento Central de Polícia da Reggio Calabria, informou que 1.128 pessoas "extra-comunitárias" (que não são cidadãs da União Europeia) já deixaram a região de Rosarno.
"Com estas transferências as duas ex-fábricas usadas como alojamento pelos imigrantes na cidade de Spartivento ficaram praticamente vazias (a ex-fábrica de Opera Sila e a ex-fábrica Rognetta)", indicou um boletim policial.
Enquanto isso, se mantém "a vigilância em Rosarno e o Serviço de Controle do Território em toda a área continua reforçado", acrescentou o comunicado.
Dos 1.128 imigrantes, 428 foram levados para o Centro de Primeiro Acolhimento de Crotone e 400 ao de Bari. Outros 300 imigrantes deixaram Piana di Gioia Tauro em trens comuns, rumo ao norte da Itália. (ANSA)

Dia do Direito dos não fumantes


Neste domingo (10) na Itália se celebrou o Dia Nacional pelos Direitos dos Não Fumantes, promovido por 64 organizações, entre as quais GEA, Sitab e LILT.
Em sua 9ª edição, essa data coincidiu com o dia que entrou em vigor (10 de janeiro de 2005) a proibição de fumar em lugares públicos fechados, de trabalho ou de lazer.
A cruzada contra o cigarro prossegue. Trata-se de um vício duro de matar, tanto que em 2009 o número de fumantes na Itália voltou a subir: foram 1,8 milhão de novos fumantes, perfazendo um total de 13 milhões. Muitos ex-fumantes, destacam os especialistas, não resistiram à abstinência e cederam ao vício. Mas o cigarro, alertam, é um assassino mortal.
O tabagismo faz uma vítima a cada seis segundos e é responsável por uma morte a cada 10, indicam dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na Itália o fumo causa anualmente 83 mil mortes e é responsável por 91% dos casos de câncer pulmonar, além de ser associado a 30% das mortes por doenças coronarianas.
Isso sem considerar os danos do tabagismo passivo, que provoca mais de mil mortes por ano, segundo afirmações do ministro italiano da Saúde, Ferruccio Fazio.

"Os primeiros não-fumantes que devem ser protegidos são as crianças e os adolescentes", frisa Giacomo Mangiaracina, presidente do Dia dos Direitos dos não-fumantes. "Cabe lembrar que os fumantes são uma minoria, menos de 25% da população italiana, embora tenham recebido privilégios de maioria".
O ponto crucial, acrescentam os organizadores, é que a Lei Sirchia contra o fumo fez bem para a Itália, mas ainda não o suficiente para conter o consumo de cigarros e suas consequências trágicas.

As propostas mais recentes para combater com mais vigor o tabagismo e seus efeitos nocivos são aumentar para mais de € 5 o preço do maço (abolindo aquele de 10 cigarros), proibir o fumo em parques, nas praias e nos estádios. Além disso, fornecer serviços gratuitos para parar de fumar. Tudo isso enquanto está para ser introduzida na reforma do código viário a proibição de fumar dirigindo. Esta proibição, além de beneficiar os pulmões, aumenta a segurança ao volante, reduzindo os motivos de distração do motorista. (ANSA)

Homens do Norte da Itália fazem mais plásticas do que os do Sul

Os homens do Norte da Itália são mais interessados em fazer cirurgia plástica do que os do Sul. Na parte meridional do país europeu, a cada 100 pacientes que procuram um médico com esse objetivo, somente cinco são homens; na região setentrional, o número sobe para 20.

"Na minha experiência, quando se fala de tratamentos estéticos, notei uma clara diferença de mentalidade entre o Norte e o Sul, sobretudo em relação aos homens", afirma o cirurgião plástico Alessandro Gennai, membro da Academia Europeia de Cirurgia Plástica Facial (EAFPS, na sigla em inglês).

De acordo com o especialista, isso acontece porque na parte meridional da Itália a intervenção é mais difundida e aceita socialmente, enquanto que na região setentrional permanecem maiores reservas -- apesar de os custos dessas operações serem 30% mais baratas na região Sul.

No Norte, explica Gennai, muitos homens procuram o médico atrás de injeções de botox e ácido hialurônico para eliminar as rugas, além de lifting -- é ali que ocorrem 58% dos tratamentos de medicina estética desenvolvidos na Itália.

As diferenças entre as regiões também dizem respeito às opções femininas: no Norte, comenta Gennai "as intervenções de mama são as mais requisitadas, enquanto no Sul a atenção se concentra na lipoaspiração".

Portal Itália

Itália promete ajudar "concretamente" as vítimas do terremoto no Haiti

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, assegurou hoje que o governo de seu país ajudará "concretamente" as vítimas do tremor de terra de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti na tarde de ontem.

"A Itália não poupará esforços para estar concretamente próxima ao povo do Haiti e, naturalmente, aos italianos presentes na área atingida pelo terremoto", disse à ANSA o chefe da diplomacia italiana assim que foi informado sobre a intensidade do abalo sísmico.

"Estou profundamente próximo ao povo do Haiti, tão fortemente atingido por essa terrível catástrofe", enfatizou Frattini, que está em Addis Abeba, capital da Etiópia, onde dá prosseguimento nesta quarta-feira ao seu giro pela África.

O tremor de ontem foi seguido por duas réplicas de intensidades 5,9 e 5,5 graus. O epicentro do terremoto foi registrado em terra firme, a 15 quilômetros da capital Porto Príncipe. O tremor principal foi registrado às 16h53 locais (19h53 no horário de Brasília).

O abalo sísmico fez desmoronar o Palácio Nacional, sede do governo do Haiti, e os prédios que abrigavam os ministérios das Finanças, dos Trabalhos Públicos e da Comunicação e Cultura. Também viraram escombros o Palácio da Justiça, a Escola Normal Superior, a sede do Parlamento e a catedral de Porto Príncipe.

Desde junho de 2004, o Brasil lidera um contingente de 7 mil soldados de uma missão internacional de paz da ONU no país. Ao todo, 1.266 militares, e entre 50 e 60 civis brasileiros estão no Haiti.
Em um comunicado divulgado ontem, o ministro da Defesa Nelson Jobim "exortou os militares brasileiros presentes naquele país a fazerem todo o esforço possível para minorar o sofrimento da população local".
O informe do Ministério da Defesa informou também que algumas das instalações utilizadas pelas tropas brasileiras sofreram danos materiais.

Diversos bairros da capital Porto Príncipe ficaram cobertos por uma espessa nuvem de fumaça até muitas horas após o terremoto, segundo relatos de habitantes locais. Até o momento, não há informações oficiais sobre número de mortos, feridos e desabrigados. Com uma renda per capita anual de US$ 1.300, o Haiti é considerado o país mais pobre do Hemisfério Ocidental e ocupa a 203ª posição em grau de pobreza entre os 229 países do mundo.

(ANSA)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ONU pede que governo Italiano combata atitudes xenófobas

Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) em direitos humanos divulgaram hoje um comunicado em que condenam os "trágicos eventos" e a violência contra os imigrantes na localidade de Rosarno, no sul da Itália, nos quais 67 pessoas ficaram feridas.

O mexicano Jorge Bustamante e o queniano Githu Muigai ainda pediram ao governo italiano que tome "todas as medidas necessárias para combater as crescentes atitudes xenófobas contra os trabalhadores imigrantes, que levaram aos trágicos acontecimentos de Rosarno na semana passada".

"É urgente que as autoridades de Roma detenham as afirmações de ódio e as que promovem ações racistas e violentas conduzidas por certos indivíduos", declara a nota dos dois representantes das Nações Unidas.
"A violência, tanto por parte dos italianos como dos imigrantes, deve ser combatida de modo vigoroso com a aplicação da lei, e os direitos humanos devem ser protegidos em todas as circunstâncias, qualquer que seja o status dos estrangeiros", solicitou a nota divulgada hoje em Genebra.

Os especialistas da ONU também recomendam que a Itália busque "melhorar as míseras condições de vida e trabalho desses imigrantes" e recordaram que alguns deles são retirados de seus países a contragosto.
Apesar de indicar que estão satisfeitos com as primeiras medidas das autoridades italianas, Bustamante e Muigai pediram que seja aplicada uma política de imigração "em plena conformidade com os padrões internacionais dos direitos humanos".

Durante os conflitos em Rosarno, classificados na nota como "preocupantes", ficaram feridos 31 imigrantes, 19 policiais e 17 habitantes locais.
Mais de mil trabalhadores não-italianos abandonaram a cidade localizada na região da Calábria desde a última quinta-feira, início da chamada "caça aos negros".

 (ANSA)

Quanto custa uma universidade na Italia?

As universidades públicas na Itália não gratuítas, isto è, o aluno paga uma taxa de matricula anual que é dividida em duas vezes - tirando por base a Università di Firenze. O primeiro pagamento você faz no ato da matrícula no mês de setembro-outubro e o valor é igual para todo mundo.

Esse ano o valor foi de 600 euros (Curso de Economia). A segunda parcela, você pagará entre os meses de fevereiro e abril do ano seguinte e o valor será calculado de acordo com o ISEE que é uma espécie de comprovação de renda familiar.

Nesse calculo do ISEE entrará toda a renda familia, salarios, bens, investimentos, saldo corrente de conta bancaria. O total será dividido pelo número de componentes do grupo familiar, ai então chegaremos no valor ISEE individual, que será a base de calculo para a taxa anual. Calculado o valor da taxa anual, eles irão deduzir o valor que foi pago na primeira parcela e a diferença será o valor da segunda parcela. Quem não aprensetar o ISEE pagará o valor cheio da mensalidade.

Exemplos de valores de taxas, de acordo com o ISSE

ISEE valor anual a pagar

da 0 a € 17.500.......................€ 315,62


da € 17.500 a € 20.000 ..........€ 565,62


da € 20.000 a € 25.000 ..........€ 765,62


da € 25.000 a € 30.000 ..........€ 965,62


da € 30.000 a € 40.000...........€ 1.165,62


da € 40.000 a € 50.000...........€ 1.365,62


da € 50.000 a € 60.000...........€ 1.565,62


da € 60.000 a € 75.000...........€ 1.765,62


oltre € 75.000.........................€ 2.015,62

Observando os valores acima, podemos perceber que fazer uma Universidade na Italia, sai bem mais em conta do que estudar no Brasil. Fazendo uma conversão dos valores para reais (utilizando a quotaçao de 3 reais para 1 euro), você vai pagar por ano aproximadamente R$6.000,00. É claro que você tem que levar em conta a estadia aqui na Italia. Você poderá tentar também, acomodação na casa do estudante, mas não sei dizer se será fácil conseguir.

Almoço e jantar a universidade te oferece a custo baixo, entre 1,60 a 2,50 euros por refeição.

Se voce tiver um ISEE inferior a 17.000 euros anual, voce podera solicitar a bolsa de estudos.

Fonte: Università di Firenze
Dica: Blogdo Ale'Italia

Itália alerta para ameaça terrorista de grupos do Norte da África

O chanceler da Itália, Franco Frattini, afirmou hoje que a Europa deve temer mais a ameaça terrorista do norte da África do que ações de grupos armados do Afeganistão.
Segundo ele, a atuação de células da rede Al-Qaeda na região do Magreb representa "um perigo para a Itália", uma vez que são "organizações terroristas muito mais próximas à Europa do que aquelas afegãs".
Em entrevista concedida ao jornal católico Avvenire, o ministro das Relações Exteriores, que realiza um giro por sete países da África, revelou que a presença na Itália de grupos com "raízes no terrorismo argelino" se intensificou "nos últimos três anos".

O chefe da diplomacia italiana classificou a região do Magreb como "a nova linha do terror". Segundo ele, é de lá que "chega o perigo, é este o perigo número um para a Europa e para a Itália".
"A Jihad do norte da África é e será o monstro a ser combatido", enfatizou Frattini. Segundo ele, grupos armados da região teriam "absoluta facilidade de se infiltrar nas rotas da imigração clandestina".
Durante a entrevista, que foi publicada hoje, o chanceler também se disse contrário à redução de dez para cinco anos do período necessário para a obtenção da cidadania italiana.

"Aqueles que planejaram atentados na Itália viviam no nosso país há muito tempo. Tinham um trabalho regular, eram pessoas acima de suspeitas, todas as manhãs estavam no escritório. E mesmo assim armavam complôs contra o país que os tinha acolhido", condenou o diplomata.
Durante sua viagem pela África, que teve início ontem, Frattini passará por Mauritânia, Mali, Etiópia, Quênia, Uganda, Egito e Tunísia.

 (ANSA)

O problema da imigração ilegal


O chanceler italiano Franco Frattini iniciou nesta segunda-feira uma viagem à África, onde visitará sete países, para defender os interesses nacionais e resolver "na raiz" o problema da imigração ilegal, que levou aos "acontecimentos trágicos de Rosarno", na Calábria, sul da Itália.
Frattini visitará a Mauritânia, Mali, Etiópia, Quênia, Egito e Tunísia.

"Viajo à África porque temos interesses nacionais concretos para defender", das oportunidades para as empresas italianas, à luta contra o terrorismo e a pirataria, explicou o chanceler.
O ministro das Relações Exteriores da Itália disse ao jornal Il Tempo que também tentará "resolver na raiz o problema da imigração clandestina, que nestes dias explodiu com toda sua dramaticidade em Rosarno".

"A Itália sempre foi um país tolerante e hospitaleiro e não carrega em seu DNA o fragmento dos grandes impérios coloniais, mas tem o dever - por meio da amizade e da parceria com os países africanos, de resolver e regulamentar em sua origem o fenômeno da imigração, para salvaguardar o bem-estar e a segurança de nossos cidadãos e dos cidadãos africanos, que nós respeitamos. O interesse é recíproco", destacou Frattini.

A Itália também trabalha para que a União Europeia assuma um papel mais incisivo na África, porque a Europa, mais do que qualquer outro continente, está exposta aos "perigos da instabilidade sistêmica na África, criados pelas ameaças do terrorismo, dos tráficos ilegais e do aquecimento global", ponderou Frattini.

(ANSA)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Máfia Calabresa pode estar por trás de conflito com imigrantes

A polícia italiana suspeita que pessoas com antecedentes penais e ligados a chefes da máfia estejam envolvidos nos conflitos e na "caça aos imigrantes" lançada nos últimos dias na localidade de Rosarno, sul do país, que já deixou pelo menos 53 pessoas feridas.
Uma das hipóteses da investigação é que integrantes da 'Ndrangheta, a máfia calabresa, tenham planejado os distúrbios para desviar a atenção de um atentado cometido no último dia 3, quando uma bomba explodiu em frente a um tribunal na capital regional, Reggio Calábria. O ataque vinha sendo atribuído à organização criminosa.
A ligação entre os conflitos com imigrantes e o atentado à sede da Justiça foi intensificada com a prisão de Antonio Bellocco, de 30 anos, filho do chefe mafioso Giuseppe Bellocco, capturado em 2002. Antonio foi detido hoje, junto a outras duas pessoas acusadas de terem agredido estrangeiros.
Na última quinta-feira, dois africanos foram atingidos por tiros disparados com uma arma de ar comprimido em Rosarno, no sul da Calábria. Os imigrantes responderam violentamente e carros, vitrines de lojas e cestos de lixo foram depredados. Eles também bloquearam estradas da região.
A população local reagiu ao clima de hostilidade e a polícia teve de intervir. Alguns dos feridos -- a maioria estrangeiros -- foram agredidos com barras de metal. Pelo menos seis deles tiveram de ser hospitalizados. Além disso, dez pessoas foram presas.
Ontem, o governo informou sobre a remoção de 1.128 estrangeiros, entre pessoas retiradas de Rosarno ou que deixaram a região por iniciativa própria.
No último domingo, o ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, já havia adiantado que entre as pistas seguidas por investigadores figurava um "possível" envolvimento da máfia calabresa.
Hoje, as autoridades de Justiça da cidade de Palmi, nas proximidades de Rosarno, se reuniram para analisar os conflitos ocorridos na localidade e discutir se a 'Ndrangheta está realmente por atrás dos ataques.
Também nesta segunda-feira, um comitê de cidadãos da localidade realizou uma manifestação com um cartaz onde se lia "Abandonados pelo Estado, criminalizados pelos meios de comunicação, 20 anos de convivência não são racismo". (ANSA)

Não extradição de Battisti pode ter consequências nefastas, diz senador

O senador italiano Maurizio Gasparri, líder da bancada governista, afirmou hoje que uma eventual decisão do governo brasileiro de não extraditar o ex-ativista Cesare Battisti poderia trazer "nefastas consequências" para o relacionamento entre os dois países.

Gasparri disse ainda esperar "que não seja verdadeira a notícia veiculada pela imprensa brasileira" de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria a intenção de manter o italiano no país.
Neste caso, o político ressaltou que o Executivo estaria contrariando uma decisão já tomada "pelos órgãos supremos da justiça brasileira".
Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios ocorridos na década de 1970, quando militava em uma organização de esquerda, Cesare Battisti havia recebido no início de 2009 o status de refugiado político, concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro.

No entanto, a medida foi anulada em novembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em seguida, os magistrados decidiram delegar ao presidente Lula a palavra final sobre o caso. Desta forma, ele poderá extraditar ou não o italiano, mas seu parecer precisa estar amparado pelo tratado bilateral de extradição, assinado em 1989.

Nesta segunda-feira, o jornal Folha de S.Paulo publicou a notícia de que a equipe responsável por estudar a fundamentação jurídica do posicionamento do governo teria concluído que o argumento mais plausível para o caso seria o temor de perseguição política.

Trata-se da mesma tese que sustentou o refúgio concedido por Tarso -- e anulado pelo STF. Desta vez, porém, segundo o jornal, o governo alegaria "razões humanitárias" para amenizar um possível estremecimento nas relações com a Itália.

(ANSA)

Um mês após agressão, Berlusconi volta ao Trabalho


O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, retomou hoje as atividades de chefe de Governo após a agressão sofrida no dia 13 de dezembro quando saía de um comício de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), em Milão.

No retorno a Roma, o premier brincou com o episódio que o obrigou a ficar quase um mês afastado do governo. Na ocasião, ele foi atingido no rosto por uma miniatura de ferro da catedral de Milão. Hoje, o mandatário afirmou que "os souvenirs perderam valor e por isso jogam em cima de você".

Ao chegar a sua residência em Roma, o premier cumprimentou jornalistas e um grupo de jovens simpatizantes do partido governista. O mandatário confirmou que se reunirá ainda hoje com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano. "Verei-o nesta noite", disse.
Seu primeiro compromisso oficial, contudo, será um almoço com o Ministro da Justiça, Angelino Alfano, em que será discutida uma proposta de reforma judiciária.

Devem participar deste encontro coordenadores do PDL, presidentes e vice-presidentes de comissões e outros líderes partidários.
Em seu primeiro dia de trabalho, o premier também falou sobre a possibilidade de fazer uma reforma tributária no país. "Não sei, é preciso trabalhar, mas acredito que possa ser feita neste ano. Sobretudo se houver vontade de todas as partes", enfatizou.
A agressão custou a Berlusconi uma fratura no nariz e dois dentes quebrados. Ele ficou quatro dias internado e posteriormente repousou em Arcore, nos arredores de Milão. O agressor, Massimo Tartaglia, de 42 anos, sofre de problemas mentais e foi preso.

(ANSA)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ministro quer suspender jogos em caso de ofensas rascistas


O ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, recomendou aos árbitros de futebol do país que suspendam qualquer partida ante "o menor indício" de que um atleta está sendo alvo de insultos racistas proferidos pela torcida rival.

"Muitas vezes é difícil distinguir um coro racista de uma provocação normal, mas justamente por isso não se pode subestimá-lo", disse Maroni.
"Não depende do ministro do Interior intervir quando há um jogo em curso, mas creio que a Federação [Italiana] de Futebol (FIGC) deva utilizar regras muito rígidas. Se há o menor indício de que há um canto racista, o árbitro deve suspender a partida e tomar as medidas cabíveis", acrescentou.

Porém, o presidente da FIGC, Giancarlo Abete, explicou que, segundo as normas vigentes na Itália, um jogo só pode ser paralisado por decisão do policiamento.
Recentemente, o atacante italiano Mario Balotelli, da Inter de Milão, que é filho de ganeses, foi alvo de ofensas racistas em alguns estádios do país.

Nesta semana, ele foi multado em 7 mil euros por aplaudir ironicamente os torcedores do Chievo em Verona. O gesto foi feito por Balotelli ao ser substituído. Ele havia marcado o único gol da partida. A Inter já anunciou que vai recorrer da punição.

"Todos somos seres humanos, todos somos iguais, creio que seria justo suspender as partidas, porque assim se lançaria uma mensagem muito forte", disse o ganês Sulley Muntari, companheiro de Balotelli na Inter.


(ANSA)

Mais de Mil imigrantes são transferidos após confronto

O departamento central da Polícia da Calábria, sul da Itália, informou hoje que 1.128 estrangeiros foram retirados ou deixaram a região de Rosarno, onde desde quinta-feira ocorreram confrontos entre habitantes locais, imigrantes e policiais.

"Com estas transferências, praticamente se esvaziaram as duas ex-fábricas usadas pelos imigrantes para dormir", diz uma nota da polícia.
O texto garante, porém, que a vigilância será mantida. "O serviço de controle do território seguirá reforçado em toda a zona", afirma o comunicado.

Na sexta-feira, em meio às hostilidades entre imigrantes e moradores da pequena cidade de Rosarno, onde vivem cerca de 15 mil pessoas, o governo italiano enviou ao local uma força-tarefa.
Os confrontos tiveram início depois que dois africanos foram atingidos por tiros disparados com uma arma de ar comprimido. A reação da comunidade estrangeira foi violenta. Carros, vitrines de lojas e cestos de lixo foram depredados.

A população local reagiu ao clima de hostilidade e a polícia teve de intervir. Há 67 feridos, na maioria estrangeiros. Alguns foram agredidos com barras de metal e ao menos seis tiveram de ser hospitalizados.

Centenas de africanos trabalham temporariamente nos arredores de Rosarno na colheita das lavouras, submetidos a longas jornadas de trabalho e baixos salários. Grande parte vivia em galpões abandonados.

Das 1.128 pessoas que deixaram Rosarno, 428 foram levadas ao centro de acolhida de Crotone, a 170 quilômetros de distância. Outros 400 acabaram transferidos para Bari e 300 decidiram deixar a região por contra própria.

Posteriormente, os bombeiros começaram a demolir as instalações de um depósito de alimentos abandonado que era usado por parte dos imigrantes como dormitório. Foram deixados no local roupas, utensílios de cozinha, bicicletas e objetos pessoais.

O ministro do Interior, Roberto Maroni, responsável pelas políticas voltadas à luta contra a imigração ilegal, anunciou que todos os imigrantes de Rosarno que não tiverem as documentações exigidas para permanecer no país serão expulsos.

"Há responsabilidades difusas que não vamos tolerar mais, e os imigrantes de Rosarno que as forças policiais transferiram aos centros de Crotone e Bari, se forem clandestinos, serão expulsos", disse ele. "A lei se aplica e não se pode fazer outra coisa."

No ano passado, o atual governo, de Silvio Berlusconi, conseguiu a aprovação de leis que tornaram crime a permanência irregular de cidadãos estrangeiros na Itália. Além disso, navios interceptados que estejam transportando imigrantes ilegais são impedidos de chegar ao país e enviados à Líbia, que assinou um tratado com este fim.

Maroni destacou os bons resultados desta política. Segundo ele, em dois anos foram repatriados 40 mil estrangeiros que viviam na Itália de maneira irregular. "É um resultado excepcional", disse o ministro.
"Nosso combate à imigração clandestina se divide em duas ações. De um lado, a expulsão dos clandestinos. De outro, trata-se de impedir que cheguem", explicou.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na Itália, Laura Boldrini, ressaltou por sua vez que boa parte dos imigrantes tirados de Rosarno está em condição regular.

"Não estamos diante de um grupo de irregulares apenas", afirmou. Boldrini também chamou a atenção para o fato de que muitos trabalhadores tiveram de abandonar a região sem receber pagamento pelos serviços prestados.

(ANSA)

Escolas Italianas terão tetos para alunos estrangeiros

O Ministério da Educação italiano enviou uma nota às escolas do país na qual determina, já para o próximo ano escolar, que se inicia no segundo semestre, a fixação de um teto de 30% para a presença de alunos de origem estrangeira para cada classe.
"Estabelecer um teto é uma forma útil de favorecer a integração, pois devido a este limite poderá ser evitada a formação de 'classes gueto', apenas com alunos estrangeiros", afirmou a ministra da Educação, Mariastella Gelmini.
"Os jovens estrangeiros devem estar inseridos na classe com os italianos para evitar, como ocorre em muitas cidades, que se criem escolas e classes apenas com estrangeiros", ponderou.
A nota encaminhada pela pasta, intitulada "Indicações e recomendações para a integração dos alunos com cidadãos não-italianos", reitera também que as minorias estrangeiras têm direito à educação e poderão fazer suas matrículas seguindo os mesmos procedimentos empregados para os italianos.
Para evitar a concentração de matrículas de alunos estrangeiros nas mesmas escolas, o ministério diz que as próprias instituições de ensino devem manter contato com as autoridades locais responsáveis.
A nota ressalta ainda a importância da aprendizagem da língua italiana como fator favorável à integração.
A presença de alunos estrangeiros nas escolas italianas "certamente não é um problema de racismo, mas didático", disse Gelmini. Para ela, o debate sobre a medida, contestada pela oposição e por entidades civis, está criando uma "injustificada polêmica de tipo ideológico".
"A escola deve ser o lugar da integração. Os nossos institutos estão prontos para receber culturas e jovens do mundo todo. Da mesma maneira, a escola italiana deve preservar com orgulho suas tradições históricas e ensinar a cultura de nosso país", argumentou.
"É necessário ajudar os estudantes estrangeiros a aprender bem a nossa língua, porque este é um elemento fundamental para fazer com que estes garotos não passem por dificuldades ou embaraço com os colegas", disse.
Segundo estimativas, as escolas da Itália recebem atualmente cerca de 600 mil alunos de origem estrangeira. (ANSA)

Papa defende direito dos imigrantes ao comentar violência


O papa Bento XVI pediu respeito aos direitos dos imigrantes ao celebrar o Angelus deste domingo na Praça São Pedro, no Vaticano.
"O imigrante é um ser humano, diferente por cultura e tradições, mas igualmente respeitável", disse o Pontífice. "A violência jamais deve ser a forma de resolver as dificuldades", complementou.
Desta forma, Bento XVI se referiu à onda de violência que nos últimos dias atingiu a região da Calábria, sul da Itália, onde 67 pessoas ficaram feridas em choques que envolveram imigrantes africanos, policiais e a população local.
"O problema é, antes de qualquer coisa, humano. Convido a olhar o rosto do outro e a descobrir que [ele] tem uma alma, uma história e uma vida: é uma pessoa, e Deus a ama como ama a mim", ressaltou o Papa.
A violência em Rosarno, pequena localidade da Calábria, teve início na quinta-feira, quando dois africanos foram atingidos por tiros disparados com uma arma de ar comprimido. A reação da comunidade estrangeira foi violenta. Carros, vitrines de lojas e cestos de lixo foram depredados.
A população local reagiu ao clima de hostilidade e a polícia teve de intervir. Ontem, pelo terceiro dia seguido, os imigrantes foram vítimas de ataques. Há 67 feridos ao todo, na maioria estrangeiros. Alguns deles foram agredidos com barras de metal e seis tiveram de ser hospitalizados.
Centenas de africanos trabalham temporariamente nos arredores de Rosarno na colheita das lavouras, submetidos a longas jornadas de trabalho e baixos salários. Grande parte vive em galpões abandonados.
Depois da onda de violência, 1.128 estrangeiros foram tirados da ou deixaram a região por conta própria. Os que foram transferidos estão em centros de acolhida em Bari e Crotone.
"É necessário recomeçar a partir do coração do problema", disse hoje o Papa. "É necessário recomeçar a partir do significado da pessoa. Um imigrante é um ser humano, uma pessoa que deve ser respeitada, com direitos e deveres, em especial no âmbito do trabalho, em que é mais fácil a tentação à exploração, mas também quanto a suas condições concretas de vida", complementou.
No Angelus, o Santo Padre se referiu ainda ao ataque ocorrido nesta semana contra membros da minoria cristã copta no Egito, país predominantemente muçulmano.
Na noite de quarta-feira, quando era celebrada a noite do Natal ortodoxo, seis fiéis e um policial morreram quando um carro que passava diante de uma igreja em Nag Hammadi, sul do país, abriu fogo contra as pessoas no local.
A diversidade religiosa, disse o Pontífice, não pode justificar a violência, que não pode ser exercida em nome de Deus. Bento XVI também criticou as instituições, "que não dão conta da própria responsabilidade" e precisam assumi-la.
"A violência contra os cristãos em alguns países suscitou a indignação de muitos, ainda mais porque se manifestou nos dias mais sagrados para a tradição cristã", afirmou. "Não pode haver violência em nome de Deus. Não se pode pensar em honrá-lo ofendendo a dignidade e a liberdade de nossos próximos", ressaltou o Papa.

(ANSA)

Imigrantes são vítimas de novos ataques no sul da Itália

Um novo ataque contra a comunidade de imigrantes africanos de Rosarno, sul da Itália, deixou um estrangeiro ferido na manhã deste sábado. O local é palco de confrontos desde quinta-feira.

A vítima, identificada como Dabré Moussa, de 29 anos, é natural de Burkina Fasso e foi atingida por estilhaços disparados por uma espingarda de chumbo. Ele foi hospitalizado, mas seu estado não é grave. Os ferimentos se concentram nas pernas e em um braço.

De acordo com as investigações, Moussa estava acompanhado de outros dois imigrantes. Os tiros foram disparados a partir de um automóvel.

As hostilidades em Rosarno, na Calábria, tiveram início na quinta-feira, quando dois africanos foram vítimas de um ataque com uma arma de ar comprimido. O episódio desencadeou uma violenta reação da comunidade estrangeira, que saiu às ruas.

Houve depredação de carros, vitrines de lojas e cestos de lixo. Estradas foram bloqueadas e marchas se realizaram também durante a sexta-feira. Os italianos que moram em Rosarno, uma cidade de 15 mil habitantes, reagiram ao clima hostil e a polícia foi acionada para conter os confrontos.

Uma força-tarefa foi mandada pelo governo, com membros de ministérios e do governo da Calábria. Habitantes locais deixaram suas casas portando pedaços de madeira e barras de metal.

O último balanço indica que 67 pessoas ficaram feridas, sendo 31 imigrantes, 17 moradores da região e 19 policiais. Seis estrangeiros estão internados. Por ora, não há informação de mortos.

Segundo a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na Itália, Laura Boldrini, uma casa em que vivia uma dezena de imigrantes foi incendiada hoje por moradores locais nos arredores de Rosarno.

"Os imigrantes nos telefonaram dizendo que nesta manhã chegaram dois automóveis nos quais viajavam pessoas com bastões e galões de gasolina", disse. "Os estrangeiros escaparam, mas os vizinhos incendiaram a casa."

Também em Rosarno, um carro que levava três imigrantes foi interceptado por um grupo de homens que usavam bastões. Um dos estrangeiros foi atingido na cabeça por uma pedra quando fugia do ataque.

Apesar destes casos, a situação começou a retornar à normalidade depois que parte dos imigrantes foi tirada da cidade, como pediam os italianos. Os africanos de Rosarno em sua maioria trabalham temporariamente em lavouras e vivem em instalações de fábricas abandonadas.

Durante a noite, 320 imigrantes foram levados de ônibus a um centro de acolhida em Crotone, a 170 quilômetros de Rosarno. As transferências continuavam hoje, e houve pessoas que resolveram deixar a cidade por conta própria.

"Estas 48 horas foram dramáticas. Ocorreram fatos gravíssimos que nos deixaram muito preocupados", disse o prefeito de Rosarno, Domenico Bagnato.

"Em Rosarno permanecem muitos cidadãos estrangeiros que vivem normalmente neste território e que continuarão aqui", explicou o político.

Ansa