A mãe do transexual brasileiro Brenda, envolvido em um escândalo sexual que causou a renúncia do ex-governador da região italiana do Lazio, Piero Marrazzo, fez um apelo para que as autoridades do país europeu liberem o corpo de seu filho, morto em novembro.
"Quero dar uma sepultura digna para meu filho. Há três meses seu corpo está em uma câmara fria como se fosse um sorvete. Ao contrário, é um ser humano", reclamou Azenete Mendes Paes.
"Tenho o direito de fazer-lhe um funeral digno. Meu coração não suporta mais a dor. Quero encontrar paz", disse a mãe de Brenda em uma carta enviada a uma emissora italiana.
A mesma missiva, que compreende duas folhas de caderno escritas a mão, será entregue amanhã pelos advogados da família à Embaixada brasileira em Roma.
Em outubro do ano passado, a imprensa italiana informou sobre a detenção de quatro policiais que tentavam extorquir Piero Marrazzo. Eles pediam 80 mil euros em troca de um vídeo no qual o ex-governador do Lazio havia sido flagrado com travestis -- sendo um deles o brasileiro.
Um mês depois, o corpo de Brenda foi encontrado carbonizado em seu apartamento em Roma. Não foram identificados sinais de lesões físicas. A autópsia confirmou que ele morreu por asfixia ao inalar fumaça quando o local pegou fogo.
"O meu sofrimento aumenta a cada dia e tenho a impressão de que as autoridades italianas querem que o caso seja esquecido e jogado no lixo", continuou Paes.
"Na noite em que Brenda morreu, alguns policiais foram vistos entrando em seu apartamento. Há um mês pedi uma inspeção dos nossos peritos. A procuradoria de Roma ainda não autorizou. Quero saber a verdade sobre como morreu meu filho", acrescentou ela.
Ainda na carta, a brasileira afirma que recebeu informações de amigos de Brenda que confirmam seu relacionamento com o ex-governador do Lazio.
(ANSA)
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