Vista do Grande Canal, principal via de transporte em Veneza
Por Ana Lúcia Busch
Chegar a Veneza pela primeira vez transforma as expectativas criadas em torno da cidade em sombras diante do espetáculo de cores e luzes que se espalha ao longo dos canais que desenham a malha urbana. Em um passeio a pé pelas ruas estreitas ou navegando pelos inúmeros canais, não é possível deixar passar um único minuto sem esbarrar em uma nova atração.
"Quando eu cheguei a Veneza, descobri que meu sonho havia se tornado inacreditavelmente, mas simplesmente_ meu endereço."
UM POUCO DA HISTÓRIA:
Situada na região do Vêneto, no nordeste da Itália, e banhada pelo mar Adriático, Veneza foi construída sobre uma série de ilhas e se tornou uma das maiores potências marítimas da Idade Média, além de um importante centro de intercâmbio comercial e cultural com o Oriente.
O povoamento da região data do século 6 d.C. Entre 1140 e 1160, a cidade se tornou uma república e, em 1797, foi tomada por Napoleão Bonaparte. Quase um século mais tarde, em 1866, a cidade foi anexada ao reino da Itália, que havia nascido cinco anos antes.
Entre eles, o palácio Ducal, reconstruído nos séculos 14 e 15 para ser residência dos doges (governantes da cidade) e sede do governo e palácio da Justiça da 'Serenissima Repubblica di Venezia', que complementa o conjunto arquitetônico veneziano.
ATRAÇÕES:
O melhor
Caminhar sem rumo pelas ruas de Veneza é uma delícia. Mas pule da cama antes das 9h, quando ainda poucos turistas começaram as longas caminhadas pelas ruazinhas da cidade. Conforme a hora vai passando, famílias em férias, casais, mochileiros e grupos de excursão começam a se acotovelar nos locais mais movimentados, quase todos construídos no século 18, quando bem menos gente passava por ali. É bom lembrar que, a cada ano, 12 milhões de turistas visitam Veneza.
O pior
O lado ruim de tudo isso é que milhares de turistas lotam a cidade praticamente durante o ano todo, tornando as caminhadas se acotovelando com a multidão um pouco cansativas e a hospedagem e as refeições muito mais caras que no restante da Itália. Não se deixe abater: a viagem vale qualquer esforço.
Grande Canal
Um passeio de "traghetto" (uma espécie de gôndola coletiva) pelo Grande Canal, muito mais barato que o aluguel de uma gôndola, que pode chegar a US$ 80 por duas horas de passeio. Ao entardecer, o sol colore as fachadas dos palácios ao longo do canal e realça os reflexos na água.
Basílica de San Marco
Uma das mais exóticas catedrais da Europa, a Basílica de San Marco exibe uma surpreendente coleção de mosaicos, como "A Chegada do Corpo de San Marco", na fachada. A visita é cansativa, pois é preciso seguir em fila por um trajeto definido durante todo o tempo. Procure chegar bem cedo, antes dos grupos de turistas que lotam a igreja a maior parte do dia.
Escola Grande de San Rocco
Abriga uma das mais importantes coleções da Europa sobre um único artista _ Jacopo Tintoretto. Vale uma tarde de contemplação.
Sorvete Italiano
Em quase todas as esquinas há uma sorveteria com dezenas de sabores, mas uma das melhores, a Palolin, fica no Campo Santo Stefano. Experimente o sorvete de Nutella.
Praça San Marco
Resume tudo o que você leu, viu e ouviu sobre Veneza antes de chegar lá. A imensa praça, sempre lotada de turistas, artistas de rua e pombos, é um enorme páteo rodeado pela Basílica de San Marco, o Campanile, a Torre do Relógio, o Museu Correr entre outras atrações. A vista do alto do Campanile é deslumbrante.
A Torre do Relógio, construída no final do século 15, exibe as fases da lua e os signos do zodíaco, representados em azul e dourado no grande relógio. Uma lenda conta que depois que os inventores do relógio terminaram a obra tiveram seus olhos arrancados para que não pudessem repetir tal projeto. No alto está a figura do leão alado de San Marco, símbolo da cidade de Veneza.
Ainda nas adjacências, o Palácio Ducal foi residência dos governantes de Veneza, chamados de doges, no século 9. O corpo principal do palácio é todo feito em mármore.
Ponte Rialto
Um dos locais mais famosos de Veneza, a ponte oferece belas vistas do Grande Canal e serve de marco para o centro da cidade.
Galeria da Academia
Abrigada em um magnífico palácio, apresenta uma coleção extraordinária de arte veneziana.
COMIDA:
Programa gastronômico em Veneza nunca está completo sem experimentar um petisco nos "fritolins" (botecos). É ali que os venezianos se encontram para tomar seu "ombra" (copo de vinho) e comer peixes fritos. Para uma comida de verdade, vale a pena caminhar até o Rialto para comer no modesto restaurante Da Pinto, que "bacalà mantecato" desde 1890.
Quem puder gastar um pouco mais _e andar muito menos a partir da praça San Marco_ deve ir ao Harry's Bar. Esse restaurante apertado é um templo da gastronomia onde foram inventados o drinque bellini (drinque de vinho espumante com sumo de pêssego) e o carpaccio, ainda hoje servido com o molho original: maionese, caldo de carne e mostarda.
A história do prato é um capítulo à parte. Giuseppe Cipriani (fundador do restaurante e pai do atual proprietário) serviu carpaccio pela primeira vez a uma condessa que, por problemas de saúde, não podia comer grelhados, frituras ou cozidos. Cortou um pedaço de carne em fatias bem finas e acrescentou o molho que utilizava para o preparo da carne normal. A condessa gostou tanto da refeição que perguntou seu nome para que pudesse pedi-la todos os dias. Cipriani batizou o prato ao lembrar uma exposição de Vittore Carpaccio, pintor do século 15 que usava muito vermelho em suas obras.
Outros restaurantes recomendados são a Osteria da Fiore e o Do Forni, cujo proprietário costuma sugerir pratos surpresa aos clientes.
O cardápio básico em Veneza inclui peixes e frutos do mar e grãos, como arroz e feijão, além de aspargos, abóboras e ervas, vegetais típicos da região do Vêneto. Quase todos os restaurantes oferecem menus a preços fixos, quase sempre mais baratos que os pedidos a la carte.
NA HORA DE PEDIR
Risi e Bisi
Preparado com arroz, ervilhas, "pancceta" (bacon fresco), manteiga e caldo de vegetais, significa exatamente arroz e ervilha, no dialeto veneziado
Risoto nero
Lula, cebola, alho, azeite e vinho branco temperam o arroz, que adquire coloração preta pelo uso da tinta da lula
Bacalá Mantecato
Purê de bacalhau, preparado com o "stoccasisso" (bacalhau seco) hidratado, cortado em tiras e batido com alho e azeite de oliva, normalmente acompanhado por polenta grelhada
Baoacoli Veneziani
Biscoitos feitos com manteiga, farinha, açúcar, fermento e clara de ovos
Fegato alla Veneziana
Fígado de vitela preparado com cebola, azeite, manteiga, salsinha, crouton de pão frito na manteiga e uva passa, servido com polenta
Sopa de Pão
Preparada com pão vêneto grelhado, "brodo" (caldo de vegetais), queijo e erva-doce.
Chegar a Veneza pela primeira vez transforma as expectativas criadas em torno da cidade em sombras diante do espetáculo de cores e luzes que se espalha ao longo dos canais que desenham a malha urbana. Em um passeio a pé pelas ruas estreitas ou navegando pelos inúmeros canais, não é possível deixar passar um único minuto sem esbarrar em uma nova atração.
"Quando eu cheguei a Veneza, descobri que meu sonho havia se tornado inacreditavelmente, mas simplesmente_ meu endereço."
UM POUCO DA HISTÓRIA:
Situada na região do Vêneto, no nordeste da Itália, e banhada pelo mar Adriático, Veneza foi construída sobre uma série de ilhas e se tornou uma das maiores potências marítimas da Idade Média, além de um importante centro de intercâmbio comercial e cultural com o Oriente.
O povoamento da região data do século 6 d.C. Entre 1140 e 1160, a cidade se tornou uma república e, em 1797, foi tomada por Napoleão Bonaparte. Quase um século mais tarde, em 1866, a cidade foi anexada ao reino da Itália, que havia nascido cinco anos antes.
Entre eles, o palácio Ducal, reconstruído nos séculos 14 e 15 para ser residência dos doges (governantes da cidade) e sede do governo e palácio da Justiça da 'Serenissima Repubblica di Venezia', que complementa o conjunto arquitetônico veneziano.
ATRAÇÕES:
O melhor
Caminhar sem rumo pelas ruas de Veneza é uma delícia. Mas pule da cama antes das 9h, quando ainda poucos turistas começaram as longas caminhadas pelas ruazinhas da cidade. Conforme a hora vai passando, famílias em férias, casais, mochileiros e grupos de excursão começam a se acotovelar nos locais mais movimentados, quase todos construídos no século 18, quando bem menos gente passava por ali. É bom lembrar que, a cada ano, 12 milhões de turistas visitam Veneza.
O pior
O lado ruim de tudo isso é que milhares de turistas lotam a cidade praticamente durante o ano todo, tornando as caminhadas se acotovelando com a multidão um pouco cansativas e a hospedagem e as refeições muito mais caras que no restante da Itália. Não se deixe abater: a viagem vale qualquer esforço.
Grande Canal
Um passeio de "traghetto" (uma espécie de gôndola coletiva) pelo Grande Canal, muito mais barato que o aluguel de uma gôndola, que pode chegar a US$ 80 por duas horas de passeio. Ao entardecer, o sol colore as fachadas dos palácios ao longo do canal e realça os reflexos na água.
Basílica de San Marco
Uma das mais exóticas catedrais da Europa, a Basílica de San Marco exibe uma surpreendente coleção de mosaicos, como "A Chegada do Corpo de San Marco", na fachada. A visita é cansativa, pois é preciso seguir em fila por um trajeto definido durante todo o tempo. Procure chegar bem cedo, antes dos grupos de turistas que lotam a igreja a maior parte do dia.
Escola Grande de San Rocco
Abriga uma das mais importantes coleções da Europa sobre um único artista _ Jacopo Tintoretto. Vale uma tarde de contemplação.
Sorvete Italiano
Em quase todas as esquinas há uma sorveteria com dezenas de sabores, mas uma das melhores, a Palolin, fica no Campo Santo Stefano. Experimente o sorvete de Nutella.
Praça San Marco
Resume tudo o que você leu, viu e ouviu sobre Veneza antes de chegar lá. A imensa praça, sempre lotada de turistas, artistas de rua e pombos, é um enorme páteo rodeado pela Basílica de San Marco, o Campanile, a Torre do Relógio, o Museu Correr entre outras atrações. A vista do alto do Campanile é deslumbrante.
A Torre do Relógio, construída no final do século 15, exibe as fases da lua e os signos do zodíaco, representados em azul e dourado no grande relógio. Uma lenda conta que depois que os inventores do relógio terminaram a obra tiveram seus olhos arrancados para que não pudessem repetir tal projeto. No alto está a figura do leão alado de San Marco, símbolo da cidade de Veneza.
Ainda nas adjacências, o Palácio Ducal foi residência dos governantes de Veneza, chamados de doges, no século 9. O corpo principal do palácio é todo feito em mármore.
Ponte Rialto
Um dos locais mais famosos de Veneza, a ponte oferece belas vistas do Grande Canal e serve de marco para o centro da cidade.
Galeria da Academia
Abrigada em um magnífico palácio, apresenta uma coleção extraordinária de arte veneziana.
COMIDA:
Programa gastronômico em Veneza nunca está completo sem experimentar um petisco nos "fritolins" (botecos). É ali que os venezianos se encontram para tomar seu "ombra" (copo de vinho) e comer peixes fritos. Para uma comida de verdade, vale a pena caminhar até o Rialto para comer no modesto restaurante Da Pinto, que "bacalà mantecato" desde 1890.
Quem puder gastar um pouco mais _e andar muito menos a partir da praça San Marco_ deve ir ao Harry's Bar. Esse restaurante apertado é um templo da gastronomia onde foram inventados o drinque bellini (drinque de vinho espumante com sumo de pêssego) e o carpaccio, ainda hoje servido com o molho original: maionese, caldo de carne e mostarda.
A história do prato é um capítulo à parte. Giuseppe Cipriani (fundador do restaurante e pai do atual proprietário) serviu carpaccio pela primeira vez a uma condessa que, por problemas de saúde, não podia comer grelhados, frituras ou cozidos. Cortou um pedaço de carne em fatias bem finas e acrescentou o molho que utilizava para o preparo da carne normal. A condessa gostou tanto da refeição que perguntou seu nome para que pudesse pedi-la todos os dias. Cipriani batizou o prato ao lembrar uma exposição de Vittore Carpaccio, pintor do século 15 que usava muito vermelho em suas obras.
Outros restaurantes recomendados são a Osteria da Fiore e o Do Forni, cujo proprietário costuma sugerir pratos surpresa aos clientes.
O cardápio básico em Veneza inclui peixes e frutos do mar e grãos, como arroz e feijão, além de aspargos, abóboras e ervas, vegetais típicos da região do Vêneto. Quase todos os restaurantes oferecem menus a preços fixos, quase sempre mais baratos que os pedidos a la carte.
NA HORA DE PEDIR
Risi e Bisi
Preparado com arroz, ervilhas, "pancceta" (bacon fresco), manteiga e caldo de vegetais, significa exatamente arroz e ervilha, no dialeto veneziado
Risoto nero
Lula, cebola, alho, azeite e vinho branco temperam o arroz, que adquire coloração preta pelo uso da tinta da lula
Bacalá Mantecato
Purê de bacalhau, preparado com o "stoccasisso" (bacalhau seco) hidratado, cortado em tiras e batido com alho e azeite de oliva, normalmente acompanhado por polenta grelhada
Baoacoli Veneziani
Biscoitos feitos com manteiga, farinha, açúcar, fermento e clara de ovos
Fegato alla Veneziana
Fígado de vitela preparado com cebola, azeite, manteiga, salsinha, crouton de pão frito na manteiga e uva passa, servido com polenta
Sopa de Pão
Preparada com pão vêneto grelhado, "brodo" (caldo de vegetais), queijo e erva-doce.
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